quinta-feira, maio 05, 2011

                              O PODER DE TRANSFORMAR



                                                                              Maria João Oliveira
          

 A Revista Literacia, desde o seu primeiro número, busca a Justiça e a Verdade, não apenas no plano abstracto e intelectual, mas em todas as áreas da vida humana. Através dos seus artigos, críticas, ensaios, estudos, contos, crónicas, poemas, etc., combate também a indiferença, que incessantemente trava  as forças inovadoras que dinamizam o avanço.
      Literacia é também um elo entre países de Língua Portuguesa, e proporciona ao leitor uma fusão transformadora de horizontes, à medida que desenvolve competências de análise e de reflexão, à medida que pensa a nova Escola que urge construir, à medida que denuncia, corajosamente, a opressão, a barbárie, a alienação, a hipocrisia, a corrupção. Na verdade, esta Revista não se submete aos saberes dominantes, nem aos poderes instituídos. Sócrates, “o moscardo que picava Atenas”, deu o exemplo e não é por acaso que, desde a sua época até à actualidade, muitos têm sofrido críticas e restrições por parte do poder dominante… E, por mais incrível que pareça, a verdade é que ainda há Eutímacos, prontos a dirigirem-se para as urnas, com a pedrinha negra (o psephos…)  na mão.
      Literacia dá também um bom contributo para a formação de uma sociedade que defenda os valores da ética aplicados ao ambiente, valores indispensáveis ao desenvolvimento humano e económico. A sensibilização para este tema é fundamental, porque urge tomar consciência de que cada um de nós tem  algo a fazer e uma palavra a dizer, sobre o que acontece, no mundo, a este respeito. Esta Revista  pensa,  criticamente, problemas que preocupam todos os homens  e desenvolve uma atitude altruísta que ajuda  a reconhecer o outro, nos seus direitos e diferenças.  Por conseguinte, poderá, ainda, ser útil na formação de uma opinião própria racionalmente fundamentada.
       A partir de 5 de Maio de 2010, data em que foi lançado o seu  primeiro número,  Literacia,  não mais deixou de denunciar  inúmeras injustiças , provocadas pela violência instituída e pela miséria moral que humilha, escraviza, mata.  “E em frente desta gente / Ignorada e pisada / Como a pedra do chão / E mais do que a pedra / Humilhada e calcada “, * Literacia  também nos alerta para múltiplas situações  desta natureza.  E o seu olhar crítico capta-as, em toda a parte do mundo. Com frequência, levanta questões que  não dizem somente  respeito a uma comunidade específica, mas a todos os seres humanos. A sua universalidade é notável e está bem presente em “Real Time” e, sobretudo, nos textos dos seus Colunistas. Textos perante os quais, o leitor poderá não ficar sossegado, a deixar correr as coisas…  Textos que se encarregam de o arrancar a esse sossego. Com razão, Maria Gabriela Llansol disse que “ninguém sabe o que a leitura pode fazer e se esse poder tem algum limite”. A função da literatura é, sobretudo, este poder de transformar. Que o diga Gene Sharp, cuja obra DE LA DICTADURA A LA DEMOCRACIA ajudou os egípcios a libertarem-se de  Mubarack. Na verdade, “são as ideias e os pensadores que detonam as revoluções”, como disse Affonso Romano de Sant´Anna, no artigo publicado, sobre esta questão, em 17/04/11, nesta Revista. O mundo precisa de verdadeiros leitores. O engenheiro egípcio Ahmed Maher é um bom exemplo.
      Muito ficou por dizer, até porque nem sempre é fácil traduzir o que se pensa e sente, perante a excelência. No entanto,  congratulo-me com a existência de Literacia e com este seu primeiro aniversário.
Pelos seus mais de 30 000 leitores, pelo conjunto de princípios que orientam a sua produção, pela excelência dos  seus Colunistas e outros Colaboradores, pela informação tão diversificada que veicula, pelas rubricas de publicação regular que  servem como pontos de referência para o leitor, obrigada, Ana Merij!
Obrigada  por esse seu generoso sonho, transformado em realidade, e  por não ter abandonado o barco, nos momentos mais difíceis. 
Obrigada a todos. LITERACIA está de PARABÉNS!

     
* Sophia de Mello Breyner, “Esta Gente”, in  Geografia, 1967.


Maria João Lopes Gaspar de Oliveira é natural de Veiros, concelho de Estremoz, distrito de Évora e reside em Coimbra. É licenciada em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Foi co-fundadora do Movimento de Acção Juvenil/Joaninha, oficializado em Julho de 1976.
     Publicou os seus primeiros poemas no Diário de Lisboa /Juvenil (suplemento literário), criado por Mário Castrim. Colaborou no “Cantinho da Juventude” (página de literatura), da revista  Modas e Bordados.  Publicou, em 1990, com Carlos de Oliveira, o livro O Natal da Avó Hortense. Em 2001, prefaciou o livro Ao ritmo da Vida, de Isabel Jardim de Campos. Participou nas seguintes antologias:
     Ferrária – Antologia Literária-III /Abril 2006–(III Prémios LiteráriosT.P.) - Edições Tribuna/Câmara Municipal de Paços de Ferreira;
      XV Jogos Florais/Edição da Câmara Municipal de Monforte (trabalhos premiados//2007);
     Antologia Um Dia de Cada Vez /2007- Edições AG /Brasil (trabalhos premiados);
     Antologia de Natal 2007/edium editores;
     Antologia Horizonte Nocturno /2008 - Edições AG /Brasil (trabalhos premiados);
     XVI Jogos Florais/Edição da Câmara Municipal de Monforte (trabalhos premiados/2008);
     Antologia Poética–Amante das Leituras/2008;
     Antologia Poética – Amante das Leituras/2009;
     XVII Jogos Florais/Edição da Câmara Municipal de Monforte (trabalhos premiados/ /2009).
 .  Prefaciou, em 2008, o livro A força de um sonho, de Maria Rita dos Santos Romão. Publicou, em Julho de 2008, o livro de contos O Polvo não sabia que o Mexilhão tinha Asas. Em Novembro de 2008, publicou o livro Não Havia Lugar para Ele (contos). Tem publicado trabalhos (prosa e poesia) em jornais, revistas e listas de literatura (Web). Tem sido premiada em concursos literários promovidos por Câmaras Municipais, associações culturais, jornais e Edições AG (Brasil).
     Exerce funções de moderadora na oficina literária “Exercitando a Prosa” (Internet).  É colaboradora permanente do semanário Tribuna Pacense. É  membro da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

7 comentários:

  1. Muito Obrigada Maria João, por sua presença Amiga , pelo Companheirismo, por tudo. A Literacia é Sua!
    Muito querer bem,anamerij

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  2. Grata por estar aqui, amiga querida. Um lindo dia para vc!
    Bjs
    Belvedere

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  3. Parabenizo-os pela escolha da verdade na forma mais legítima e corajosa que se vê em toda a WEB. Não há realmente o que acrescentar às palavras desse texto impecável como a conduta de seus colunistas. Mais que o elogio fica o nosso desejo de que esse espaço permaneça representando todos os cidadãos do mundo; para mim um lugar onde aprendo a ética.
    Abraços Maria João e sucesso a todos do portal Literacia

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  4. Maria João,
    Felicito-te, junto-me nos parabéns à Literacia:
    - Por muitos anos e bons!

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  5. Minha querida Amiga.

    Li o seu artigo, de que muito gostei, não só por me dar a conhecer a revista
    LITERACIA, como pelo modo como abordou e desenvolveu as suas ideias
    que são, afinal, os objectivos da referida revista,
    Mas quem sou eu, afinal, para dar uma opinião capaz sobre o
    trabalho de uma premiada escritora?...
    Mais uma vez comprovei que é uma MULHER de altos ideais, de
    convicções firmes, sempre em defesa dos mais fracos e oprimidos. Que
    se revolta perante as injustiças sociais, não só das que nos estão
    próximas, como as que proliferam mundo fora. O sonho de uma nova
    ESCOLA a ser instituída e que possa ser a criadora de novos valores a
    serem não ensinados, mas sim apreendidos e aplicados. O não ter medo
    de expor as suas opiniões, de se não querer sujeitar aos poderes
    instituídos...
    Revelou-se, mais uma vez, uma MULHER de "fibra que é capaz de ir
    contra tudo e contra todos em defesa dos seus ideais.
    Parabéns, Maria João. E assim resumo aquilo que tive o grande prazer de ler.

    Um abraço de muita amizade.

    Maria Luísa-Alentejo

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  6. Muito obrigada, a todos, pelos vossos generosos comentários.

    Um abraço
    Maria João Oliveira

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